domingo, 30 de janeiro de 2011

4º Domingo do TC

ANO A

Leituras Bíblicas: 1ª Leitura: Sf 2,3;3,12-13; 2ª Leitura: 1 Cor 1,20-31; 3 ª leitura: Mt 5,1-12.
Caríssimos irmãos e irmãs: Neste IV Domingo do Tempo Comum do ano A ecoam em toda a Igreja as Bem-aventuranças como o grande Código do ser e do viver cristão, como os Mandamentos da Nova Lei. E Jesus revela-se também como Grande Profeta e Libertador.

Hoje toda a gente quer ser feliz, mas poucos seguem o caminho traçado pelo Senhor, o único que conduz à verdadeira felicidade nesta vida e na vida eterna. É um caminho difícil, exigente, mas conduz certamente à verdadeira Vida.

As Bem-aventuranças resumem toda a vida cristã. São os Mandamentos da Nova lei trazidos pelo próprio Jesus Cristo para nós. Vamos deter-nos a refletir sobre algumas dessas Bem-aventuranças.

1 – Só os pobres São felizes. Esta primeira proclamação de Jesus abalou o mundo! O mundo chama feliz quem é rico... quem tem muito dinheiro... muitos bens materiais, etc. Aqui, Jesus, inverte as coisas: quem é verdadeiramente rico e feliz é o pobre! Os ricos são afastados de Deus, como muito bem cantou Maria no “Magníficat”: Derrubou os poderosos de seu trono e exaltou os humildes; aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias... Daqui surge uma séria pergunta: Louvar a pobreza não será querer a miséria? Não! Longe disso! O cristão deve lutar contra a miséria e não se deixar adormecer perante o clamor dos pobres (senão a Religião seria realmente “Ópio”). Contudo, não pode endeusar o dinheiro, o bezerro de ouro, deixar-se envolver pela sociedade de consumo que mata o espírito e fecha o coração aos irmãos.

2 – Felizes os humildes. Humildes ou mansos no original grego significa os despojados de tudo, mas não se revoltam. Só uma atitude dessas e não violência é capaz de felicidade.

Caríssimos irmãos e irmãs, sabemos muito bem que a humildade, a mansidão e o perdão não estão de moda em nossos dias, mas tornam a pessoa intimamente feliz.

3 – Felizes os que têm fome e sede de justiça. Quem são estes? São os que desejam ardentemente a perfeição, a vontade de Deus, a santidade e salvação.

4 – Felizes os misericordiosos. Debruçar-se sobre os outros, compadecer-se dos pobres que sofrem física e moralmente, praticam as obras de misericórdia corporais e espirituais, ser magnânimo, compreensivo, dá paz e felicidade.

5 – Felizes os puros de coração. Aqui os puros de coração, não são apenas os que não pecam contra a castidade, quer por pensamentos, quer por obras, mas aqueles que têm um coração bom, honesto e sincero, sem dolo sem maldade, sem segundas intenções, que tudo fazem com reta intenção; enfim, são puros em todo o seu ser e agir.

6 – Felizes os obreiros da paz. Quem eles? São os pacíficos ativos, os que não apenas não fazem guerras, mas procuram a prosperidade, a justiça, a ordem e a felicidade.

7 – Felizes os que sofrem perseguição. Ser cristão ontem como hoje não é fácil, melhor dizendo: nunca o foi nem será. A prova está aí nesses milhões de cristãos que deram a sua vida por amor da sua fé e de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Conclusão: Jesus copiava-se a si mesmo através das Bem-aventuranças, porque Ele era o primeiro Pobre, o Pobre por excelência, que até da sua Divindade se tinha despojado, como diz São Paulo, para se entregar na Cruz para nossa salvação. A sua riqueza é a Cruz. Por Ela o Pai o exaltou e lhe deu um nome acima de todo o nome. A sua total pobreza e – aniquilamento – explodiu em glória na Ressurreição.

PENSAMENTOS:
 1 - As Bem-aventuranças são o código evangélico de santidade e o retrato mais perfeito de Jesus. Pode parecer um paradoxo, mas esta pobreza (de coração) encerra em si uma riqueza muito particular. Rico, de fato, não é aquele que tem, mas aquele que dá. E não dá tanto aquilo possui, mas antes a si próprio. Então ele pode dar, mesmo quando não possui. Portanto, ele é rico, mesmo quando não possui. (João Paulo II).

2 – A alegria é o segredo gigantesco do cristão (Chesterton).

3 – Só o verdadeiro cristão é feliz ((Pascal).

4 – A única tristeza é a de não sermos santos. Sim, porque um santo triste é um triste santo* (Léon Bloy).

5 – A felicidade tem um nome e chama-se JESUS CRISTO (Paulo VI).

6 – A felicidade só está onde a pomos, mas nunca a pomos onde estamos (F.Pessoa).

30 de janeiro de 2011
Côn.Pe. Domingos G.das Eiras
(Pároco emérito de Itaboraí)

Nenhum comentário:

Album de fotos